Existe no mercado uma infinita variedade de revestimentos para pisos. Mas qual utilizar em ambientes para a saúde? As especificações dos pisos variam de acordo com o ambiente a ser aplicado, as exigências normativas, o bugget disponível e o design do projeto. No entanto, por se tratar de espaços de alto tráfego e, muitas vezes, de funcionamento 24 horas por dia, durabilidade, manutenção, assepsia e alta resistência são características indispensáveis no processo de especificação, independente do serviço assistencial.
A RDC Nº 50/2002, estabelece alguns critérios para a especificação de pisos em áreas críticas e semicríticas. Isso quer dizer que, ambientes de saúde que não se encaixam nessa definição possuem a opção de escolhas que não atendam aos critérios estabelecidos. Para as áreas críticas, o preconizado é que os revestimentos de piso tenham superfícies resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes e que seu índice de absorção de água não seja superior a 4%, assim como também para o rejunte utilizado.
A indústria de revestimentos vem tentando se adequar a essa realidade há algum tempo. No entanto, o que vemos na prática é que os pisos para ambientes de saúde necessitam de resiliência como “propriedade”. É preciso que tenham a capacidade de se “recompor” através de tratamentos viáveis ao dia a dia de um hospital, principalmente. Por isso, em áreas críticas nos ambientes hospitalares, o revestimento mais utilizado é o piso vinílico. Formado por um composto de PVC, minerais e aditivos, o piso vinílico pode ser encontrado em manta e réguas. Devido a necessidade de se obter um piso mais monolítico possível, a manta é a escolha mais assertiva para esses ambientes. O piso vinílico possui também uma infinidade de características, mas que não vou descrever neste post, futuramente posso falar somente sobre este tipo de piso. Objetivo aqui é despertar a consciência para as características necessárias na escolha de um revestimento para piso.

Pisos vinílicos da Tarkett em exposição na Feira Hospitalar 2019
Fonte: Arquivo pessoal
Para as áreas consideradas não críticas a norma é um pouco mais flexível. Mas é necessário encontrar o melhor caminho entre o que é permitido e o que é viável. Independente do ambiente para assistência em saúde (uma clínica de hemodiálise ou uma internação hospitalar, por exemplo), as características de manutenção, durabilidade e resistência são diferentes e isso interfere na escolha. Além desses fatores, a possibilidade de uma intervenção neste piso a longo prazo deve ser pensada, principalmente quanto aos impactos que a manutenção e/ou algum tipo de reparo possa trazer. Muitas vezes não é possível fechar o serviço para a execução da manutenção, fator determinante para a definição de qual tipo de tecnologia usar na hora de especificar um revestimento. A perspectiva é entender que a escolha do revestimento não pode gerar mais problemas do que solução.
É importante considerar que, independente do revestimento especificado, a higienização do revestimento é necessária e realizada com produtos mais abrasivos que os produtos domésticos. Por isso é tão importante um revestimento que seja resistente às soluções utilizadas. Além disso, quanto menos rejunte o revestimento tiver, menos locais para acumulo de sujidade. E é também por essas características que a manta vinílica se destaca.
Durante a minha vivência profissional já tive a oportunidade de trabalhar com vários tipos de revestimentos para piso. É interessante observar como limpeza e manutenção adequadas são fatores determinantes na longevidade do revestimento. Não há regra para a especificação. Para definir o melhor revestimento é necessário o equilíbrio entre as exigências normativas, o investimento financeiro, a possibilidade de manutenção e limpeza adequadas e as características técnicas necessárias ao setor no qual o piso será implantado.
Imagem de capa:
Centro de Infusão -Unidade Morumbi – Grupo Fleury
Fonte: https://saudebusiness.com/mercado/fleury-na-vanguarda